quinta-feira, 25 de outubro de 2007

nostalgia inversa

tenho tido saudade daquilo que ainda não vivi. volto um pouco ao passado e me canso rápido. desgaste na relação. quero algo novo. faço algo novo.


e logo tenho saudade.


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Se é por castigo,
me intrigo ao respirar pelas ventas,
indeciso de tanto mastigar.
Mastigo sim,
mastigo o vento,
que sobe e borbulha,
borbulha em bolhas de ar,
e ainda assim eu tento,
mas não cabe,
eu não consigo exprimir
o meu vazio.

Crio, então, idéias,
idéias tias, primas, sobrinhas,
parentes de meu penar;
o sangue quente,
ainda em bolhas de ar,
fermenta o que é doce.

Antes fosse
esse
o gosto da saudade.

23/12/2006


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domingo, 21 de outubro de 2007

blábláblá

é isso aí.
nada não.
nada sim é do manoel de barros.



quem não sabe o que é seca da água sempre provou.


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Enfim começo
pois-então
como meço o fim?


25/10/2006

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terça-feira, 9 de outubro de 2007

falando em deus... o diabo aparece.


criação divina.
é criação da mente humana. logo, homem é deus. e deus não é nada. homem não é nada, então.

uau, que paradoxal. que lógico. que antropocêntrico altruísta.

é bem fácil ver deus. e o diabo também. é a mesma pessoa, às vezes. estão espalhados por aí. uma grande quantidade. se o mundo é do homem e homem é de deus, mundo é de deus. e deus é o homem. o homem é o mundo. cada homem é o mundo. cada homem, além de ser o mundo, cria seus mundos. e tenta conectá-los. destrui-los. é fantástico por ser genial e avassalador.


mas é desumano...
e eu sofro de existência inesperada.



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Oh, Anfitrião Sublime,

Após esse enxame de insetos
decerto não quererás voltar
para contar
esta história da besta
ou de eclipse lunar.
Não mais guiarás as ovelhas
e teu pasto será divdido
como foi e será;

mas não haverá a guerra pelo senhor,
não haverá mente de doutor,
dr. sabe-tudo que rege mandamentos
em troca de sofrimentos de milênios.

Onde estás, oh luz?

Na caverna de Osama
ou eternamente na cruz?
Como uma praga,
estás em toda parte
e, por isso, os insetos
e, por isso, desafeto.

Meu coração é grande,
mas não te faz caber.
Nos deixe em paz,
lembre-te que já foi
e agora jaz.


08/10/2007

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ATEU

Clamo o que desejo,
enquanto Ele,
lá de cima,
me vigia
pastando no brejo.

Se eu digo que não ligo
é porque só quero saber do meu umbigo,
se eu aceito sorridente
é porque eu sou crente,
prefiro, então, fingir que nem existe,
quem sabe assim,
de mim,
ele desiste?!


10/08/2006

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quinta-feira, 4 de outubro de 2007

enfim, inicio...

podemos imaginar qualquer coisa.
sem inicio, sem fim e sem meio.


- tão bobo isso...
- não acho.

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...o velho cachimbo

grudado nos lábios do senhor,
um antigo contador de história.
Espia o desenho livre da fumaça
extraída do velho oco de madeira,
compete com um incenso
corroído pela metade,
repousado no canto da janela
para espantar tais insetos,
pequenos mosquitos que sobrevivem
em pouco tempo de vida, aniquilados.
Dedos amolecidos,
unhas falecidas...

eis que coça sua barba branca,
lento, arrasta alguns passos,
uma baforada opaca,
e calmo estaciona assentado,
perante ao paisagístico Nada.
O Nada monocromático que o emociona,
faz-se, pois, necessário olhá-lo sem pudor,
romântico, descrente de um tempo iminente,
prestes a mudar de cor
e de semântica...

esfria com seu balanço firme,
estica as mangas de seu casaco,
apoia seu braço na cadeira,
morno, com sono,
dorme...

13/09/2006
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