domingo, 8 de outubro de 2017

n'opará

nesse dia, descobri por acaso uma maneira de chamar a libélula. formando uma concha com a mão, batucava seguidamente de forma suave na água. ela se aproximava até pousar em mim e ali permanecia por um bom tempo, como quem me recebia só pra ficarmos juntos em silêncio. comecei a acreditar na comunicação depois de tentar a mesma artimanha três vezes, dando certa pausa entre as ações, inclusive quando ela parecia haver se dispersado pela paisagem. mas o fato é que a gente se curtiu. na quarta vez, desafiei o acaso e busquei a câmera na areia (essa última que só surge ali em época de seca em Marabá). evoquei o bongô d'água com a cavidade da mão esquerda, adornada com laços afetivos. ela me ouviu ela se quis e nós posamos. era dia de pescar e de pescador.
praia do Tucunaré

que te leva pro meio de si

    rio Tocantins