quarta-feira, 18 de novembro de 2009

atemporalizando o sei

após descoberta, a familiarização. processo todo incessante do saber. tempo que sempre.

o verborrágico se esquece pro artesão.

a vida empurra conceito estufando o lógico. por isso a dificuldade muita de assimilação das informações desencontradas.

as explicações tendem ao que nos existe.

criar conceitos não surge do vácuo. muito pelo contrário. da mesma fonte que tudo. as bifurcações transbordam descaminhos no contato com o outro e com o resto. nas mais corriqueiras ações.


em suma, dialética do amadurecimento:
aprendendendo uma coisa, incrivelmente ensina-se outra, pois princípio inspira a retórica. (e pausa). o silêncio dos inervalos de ações pesa tanto que esparrama experiência vida abaixo. escora nos inícios. e pelos finalmente.

atemporalizando-se.


:}

el topo

ele sempre. o tempo
é oco. bate e volta.
fulano que sacou.


{:

ouça sempre
o que espera
tempo
reflete era.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

acontessência

a vida perdoa só tempo. aquele tal uno colossal. pudesse viver de tudo a esquecer de passado e a vida seria muito. do acaso ao talvez. engraçado como é árduo pra difícil. como mais foge que aproxima essa querência. para isso, é claro, elucubra-se essência e morte até.

o medo é vertente da vida. um sadismo cômodo em mover sofrendo.

não há dúvidas do maior, ainda que escuro. sensações impulsionais pulsantes do eterno. um peso sem vago de total esmago. leve quando desencaixa em livre conexão. isso encuca. faz crer nomes diversos [arte, deus, essência, meteóro, nirvana, gol, suor, canto, ballet, rio, etc, etc e etc].

responsabilidade juvenil de ser. intensa busca por identidade que não se basta. quanto mais indócil menos invólucra, apesar de amadurecida. acontecimento existencial natural enquanto sobrevivência. refutação do é pelo deveria. necessidade de aceitar a realidade anacrônica ao conhecimento.

genética responde por involuntariedade. arte assume insanidade.

de resto, sociedade.


como desculpa
pisar sobre pisos
rir sobre risos
amar sobre outros
intuir sobre coisas
por acontecer.





o que não tem juízo...


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sobre alma
sei doar
pelo olho
recomeço
logo um gesto
sem avesso
e assobio
pra ensinar

ou recrio
sem pensar
o que transforma
tanto
de vida
em lar.

13/08/2009

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

e o caráter criativo

conhecimento é imaginação saturada.
não existe graça fora do mistério.

o que
é
parece
e
foi-se.


rótulo se apresenta em certidão. comunhão abençoa o encontro. e graças aos códigos, rompemos fronteiras de relação ao comunicar...



Quando nos codificamos, pretendemos nos fazer entender. Assim, parecendo simples, se realiza a comunicação. O que percebo atualmente, contudo, é o desinteresse pela (falta de) identidade do Outro por razões diversas, que vão da educação cultural aos adventos tecnológicos alicerçando a pós-modernidade. A Geração Matrix engatinha carregando pilhas, enquanto o sujeito de agora não acompanha tanto avanço, se oprime no que sente, busca o analista fervescente de angústia ao invés de andar pelas ruas. A capacidade de arte continua restrita, ainda que mais democrática, ardendo subversiva no sagrado intelecto. O resto come massa no prato principal.

Não compreendo como é que a individualidade fria, por ora ambígua, se realiza quando o comum grita banal em manchetes, esparramando-se em conversas de bar, mesas redondas, eventos familiares e etc. Por que as pessoas consomem tanta informação sucateada, quando deveriam se preocupar prioritariamente em produzi-las? Não é incrível presenciar experiências que ensinam vida? Ou ter uma estória a contar? Ou um conhecimento que nos leva a uma criação por refleti-lo? Enfim, interrogativas que se resumem a autodescobertas e que, portanto, não se bastam em explicação.

Parece que comunicar é raro somente aos que exercem tal função social, quando a prática antecede em milênios a profissão. O que nós, comunicólogos, podemos afirmar é teoricamente ter um maior domínio sobre o que são os signos, como, qual e por que (tentam) se comportar de tal maneira; mas de que adianta? Que repertório é esse explorado por nós, se não um achismo estatístico sobre o que se entende por vocábulos e imagens? Prefiro deixar que a ciência e a religião se embestem com suas verdades fajutas.

O desinteresse lingüístico para com as imagens, sons, sobretudo palavras, reside na falta de silêncio na interação, ou seja, na assimilação dos códigos – por que não pelos poros? A imaginação nos é livre, onde existem vísceras de desejos. Entretanto, a comunicação me parece um eixo fast-food de associação grosseira até curta, sem refutação com tempos. A educação de sensatez de mundo se restringe à realidade pesada de superética, na busca rasa por bom senso comum. Creio na importância do perceber sensível ao que nos convém no cotidiano, no pensamento enquanto produção de individualidade para a sociedade, e não tão somente para si, pois não há ciclo humano autotrófico.

Um rio brota de ressurgência num sítio onde silêncio cospe, análogo ao sapiens estando afeto, nu, e praticar-se é o ato máximo de criação que pode infinitar o diálogo. Não julgo poderes divinos sobre os homens, desloco apenas a capacidade interpretativa do óbvio à liberdade. Há uma certa preguiça medrosa em contestar e/ou aceitar a ignorância como elemento fundamental da descoberta – ao comunicarmos, rompemos a fronteira do desconhecido. Se a mera reprodução valesse, o Outro seria barulho espelhado. Lembremos, pois, que o Outro, distante de repetição, não tem cara, é resto de gente ou poeira sem coisa; daí a invenção.





sem desconstrução, o que resta?

.

domingo, 26 de abril de 2009

tempo emerge todo o tempo

...


há um que se desmonta falho.
memória.

outro mesmo escangalha.
história.

quando não ilusório.
contrário.

ou até cósmico.
onírico.




se retarda em distâncias.

fragmenta esferas.

boicota espaços.

forma eras.

engana.






rei do etéreo.
síndico do saber.
morador do silêncio.

cínico
em desvario
esconde mistério.






basta

atender

ao chamado

contemporâneo.


[ . ... . ... .]



que tempo não se tempera com tempo?
.

domingo, 8 de março de 2009

tom de silêncio

não é de voz, mas de linguagem. bordeia imagem. respira o descompasso do som. cheira a vapor. passeia entre dentes e engole seco. tateia como ar. mistura com o vento o que se há.

percepção espreguiça tênue, prestes a desmistificar a sombra da natureza e a crise entre homens ensolarados. fruta madura não hesita origem. política despenca de hipocrisia. ambas desabitam o silêncio. a interação surte de cor espontânea. a mente me parece flecha sutil e o instinto voraz ingênuo. faz tempo que imitam folha até a morte. afeto brota em ressurgência. de vida, pois, sacia tudo aquilo que se molha.

toda falácia desfalecia.

muito acontecer sobre nada - sopro de linguagem oca.





era o parto dos contrastes. festa sem alarde.



ensaio de felicidade.



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Domingo cedo
goteira logo

boceja


28/12/2008

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"Olho é uma coisa que participa o silêncio do outro."

Manoel de Barros