domingo, 21 de março de 2010

carta de fulano

«caro afeto,


você é companheiro do respeito. acho que isso tem a ver com amor. envolver-se por admiração. aproximo-me daquilo que permeia paixão, encantamento, vontade de ter pra si como presente. por pura absorção. coisa que constrói.

a gente descobre sobre a vida e se impõe sobre as coisas; como ao tempo, por exemplo. portanto, arte não deve estar a serviço dela mesma como um conceito, mas de um sentimento sincero de estar.

e como pode ser tão possível um afeto desperto ressonar, reavivar e preencher a vida? 

é uma mistura de fulanos que se fazem aparecer e que fascinam na mais perfeita ausência de gênero. desejo elas como musas, ligação de carinho e tesão em muito. desejo eles na troca de afeto com mais enfoque e seriedade. mas é mentira. entre nós tudo ocorre e permuta entre si. desejo ele e ela do mesmo jeito. canalizamos através daquilo que limitamos contextualmente em racional. nós é que estamos anjos.

você não tem origem…
tem certeza?

admiro outros dois fulanos: um conhece e o outro sabe - ambos dominam seus afetos tortos, ainda que. minhas fotos são diagonais, uma visão escalena. nossa interseção consiste em sermos largos nos nossos quereres.

e nos alikementamos.


sinceramente,
    fulano. »