domingo, 25 de dezembro de 2011

canto capibaribe

Vi,
 
vivo perto das aves, ultimamente: elas vocalizam o começo e o fim da noite. e são tão belas as transições... o tempo das asas suspende as imagens. os inícios sofrem de sede esguelada pela revelação reinventada nas manchas. ficamos lançados contra um espaço estupidamente vazio, onde temos que nos ouvir e confiar o canto que quando ecoa soa tonto. inspiramos portanto os lentos processos na repetição do sol dançando com a terra, até notar que a luz movimenta eloquente. enche de cor mas pisar fica pesado.

entojar notas inflamadas em busca do brilho me revelia.



enquanto o pé recria caminhos, essa cabeça vicia o lar.

faz leve refutar.



um assobio
gabriel

25/12/2011



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bilhete aberto à querida amiga cantora, Virginia Capibaribe. 



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

pelo menos não era pra esquecer

vocacionei à loucura
para me render
um pouco indevido
na maneira de estar

a cultura estrutura o que pensar
em um ritmo
cambale camaleante
que porém não gosta
pela natureza naturalmente
imposta
no decorrer dos fatos

todos sabem onde
cabe o que
é normal
e quem não é
...e quem não é?

o bovino come pastos
o peixe nada
o santo baixa
em volta muda

nada é tão morrer ontem
e preciso como hoje
a cada vez.