terça-feira, 4 de dezembro de 2007

debruçado

...a janela é um fragmento no concreto para se observar a paisagem. a minha janela é minha janela do meu quarto.

e ela tem uma vista dela.
e toda vez que eu vou até ela, sóbrio ou não, vejo e percebo as coisas em volta.
e ela vê o tempo todo.
e as janelas todas vêem.
e eu senti necessidade de fazer essa poesia pra ela:


É azul a minha janela,
é também serelepe
e musical...
e agora voa.
Borra-se em cinza esverdeado,
até vejo escorrer pólen...
aos poucos, colore-se em várias
vermelhas, brancas, amarelas,
cor-de-mel consistente.
Zumbido vibrante ecoa
e é possível escutar
os estalos suaves de outono
promovidos por gotas densas,
feito cristais transparentes.
Agora, é essa a cor dela,
janela preta cor-da-noite.
A luz fria da brisa cautelosa
descolore o inverno primaveril
com acalantos.
E de concreta é feita
com granitos e resíduos,
é momentâneamente minha
mas certamente é viva
e se deixa ser para deixar-se espiar
o segredo da natureza
(fragmento de saber espontâneo).
Ela pousa de volta
e nela me debruço
em laranja veraneio
atônito com o tom errôneo,
mas tão feliz...

02/12/2007

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você vê da janela o que você vê?
o quê?

4 comentários:

Unknown disse...

os olhos são a janela da alma e a boca a janela do corpo...

Anônimo disse...

Fala Gabriel, é o Daniel, poeta..amigo da Duda...vim dar uma espiada aqui...gostei! especialmente do poema aqui de baixo!
Depois passa lá na minha pocilga virtual -www.verbologue.zip.net

Abraçoss!!

Anônimo disse...

Então, todo domingo tem poesia em frente à estátua de Drummond, na praia de Copa...posto 6..a menos que chova!
E quinta tem o Ratos Di Versos na Lapa. Vou mandar os detalhes pro teu e mail. Abs!!

Unknown disse...

Entro
olho
cheiro
saboreio
sempre gosto

Beijo.
Ana Zanelli