domingo, 5 de maio de 2013

por favor, menos texto e mais palavra.

os códigos se misturam entre si e nada parece mundano. o som é absorvido e o corpo reage, só que deseja uma revivência transgressora. a água vira vapor dentro de uma bolsa e escapa por pequenos buracos esparsados, que apenas desobstruem. o som oferece reconhecer em si mesmo a resposta, na matéria bruta. ecoa no escuro alto da serra, mas a resposta se mantém perguntando. a síndrome da perfeição pede precisão na emissão sonora e saluda, ao mesmo tempo que o ritmo cotidiano segue espontaneo, até se desmentir. ruídos longos e largos pelos poros lunáticos. futuro que se afasta ao chegar perto. toda palavra será castigada sem lugar para estar. sem avisar, a música sai e de súbito relembra que não existe quando; flui no grau certo para existir. o mito da dose exata, das vozes ajustadas pelo silêncio oriental, onde haikai. atravessa o que é e encaixa. o mundo a incorpora e tarda em modificar-se, de acordo com o relógio. a resposta exerce uma posição de pergunta em tictac de movimento cântico, mantendo um desconhecido sentido de rumores. 
 
é como a música dissimula a expressão do tempo pela palavra.


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