sexta-feira, 7 de setembro de 2007

carta

Faz tempo que não escrevo uma carta,
mas também ninguém nunca reclamou.
Será que alguém realmente se importa?
Não vou dizer que é um trauma,
minha letra nunca foi muito torta,
meio rabiscada, talvez.
Costumava escrever para amigas,
amigos já me ocorreu,
pedi desculpas,
coisas que nem lembro ao certo,
algo que morreu...
esse sentimento com o papel,
de apalpar e ler a hora que quiser,
mesmo sem entender
ou sem ter o mesmo significado.
Poupe-me dessa conversa de que o virtual é mais prático,
por acaso, você se lembra do maldito propanóico?
Ah, era tão mais lógico na época do colégio,
o tempo não me fazia rico,
não tinha essa de estágio,
podia gastá-lo escrevendo coisas de amor...
tinha esquecido de comentar essas paixões de muito valor.
Eu era apaixonado demais, imaginava tudo mais além do que era,
essa ferida, hoje, se regenera em forma de casca,
me faz parecer um forte patriarca
e despejar nos romances de suspense,
ademais em poesias non-sense.
É, confesso...
nem tudo que eu escrevo é relevante,
mas é brilhante
o sentimento que sinto ao escrever em vão,
talvez não fosse
a carta que, outrora, carregava em plenas mãos.


27/07/2006


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Um comentário:

nucci disse...

woooooow beijo do gooooordo

mané texto irado! balanceou a forma e a semântica, assim q eu gosto (pq as vezes tu cisma em entrar numa de "foda-se o significado blablabla" sou um cara lógico ma(i)s ainda humano, entao gosto do equilibrio entre forma e conteudo, nessa tu acertou a mao)